volatilidade nos preços mundiais
Em março, os preços mundiais apresentaram maior volatilidade. Os grandes importadores estão de volta, mas o mercado não chega a dar uma tendência clara devido às incertezas em torno da produção 2012. Alguns analistas estimam que as condições climáticas na Ásia podem ser ruins, com o risco de um déficit hídrico. Recordemos que a seca já afetou outras regiões do mundo, como os Estados Unidos em 2011. Na América do Sul, o Cone Sul também sente a falta de água. Não obstante, os estoques mundiais, e os dos exportadores em especial, são abundantes, o que facilita amplamente o atendimento das necessidades globais de importação, mesmo em caso de redução da colheita nas principais regiões produtoras do mundo.
Em março, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 3,9 pontos para 240,7 pontos (base 100 = janeiro de 2000) contra 236,8 pontos em fevereiro. No início de abril, o índice IPO marcava cerca de 243 pontos.
Produção e comércio mundiais
Segundo a FAO, a produção mundial em 2011 alcançou 721 milhões de toneladas (480,8Mt base arroz beneficiado) contra 700Mt de arroz em casca em 2010, aumento de 3%. As colheitas aumentaram em quase todas as regiões arrozeiras do mundo graças a uma extensão das áreas de cultivo, que alcançaram 164Mha. O aumento se concentra nos principais países produtores asiáticos, especialmente China, Índia e Indonésia, os quais totalizam quase dois terços da produção mundial.
Em 2011, o comércio mundial deu um salto de 11,5% para alcançar um volume recorde de 35,1Mt contra 31,5Mt em 2010. Em 2012, os intercâmbios devem cair 5,5% a 33,2Mt devido a uma redução da demanda de importação asiática. As disponibilidades exportáveis dos principais exportadores continuam sendo amplamente suficientes para atender a demanda mundial.
Os estoques mundiais de arroz no final de 2011 atingiram 14 0,7Mt contra 134,7Mt em 2010. Em 2012, as projeções mundiais indicam um novo incremento significativo de 8% para chegar a um nível recorde de 151,5Mt. Estas reservas representam 32% das necessidades mundiais.
Mercado de exportação
Na Tailândia, os preços subiram em média 3%. A política interna de preços revalorizados continua a influenciar o mercado externo e as exportações tardam a decolar. O atraso nas vendas acumuladas, desde o início do ano, é de 50% em relação ao ano anterior. As reservas internas são grandes e podem ultrapassar 8Mt no final de 2012. Existe, porém, a perspectiva de vendas importantes a países como Indonésia e Malásia. Mas a competição é dura frente aos baixos preços que oferecem seus principais competidores asiáticos. No total, as exportações tailandesas podem chegar somente a 6,5Mt, redução de 40% em comparação ao ano passado. Em março, o Tai 100%B foi cotado a US$ 548/t Fob contra $ 536 em fevereiro. O Tai Parboilizado subiu novamente para $ 590/t contra $ 556/t anteriormente. O quebrado A1 Super também aumentou para $ 529/t contra $ 511/t em fevereiro. No início de abril, os preços tailandeses se mantiveram estáveis.
No Vietnã, as exportações cresceram devido a preços competitivos. No final de março, os contratos firmados sobrepassavam 3,5Mt. Os vietnamitas continuam captando mercados no Sudeste Asiático, até então controlados pelos exportadores tailandeses. Em 2012, a China será também um de seus principais clientes com volumes que podem alcançar 2Mt, ou 25% das exportações totais do Vietnã. Em março, o Viet 5% se manteve estável em $ 424/t. Por sua vez, o Viet 25% baixou novamente para $ 378/t contra $ 388 em fevereiro. Estes preços são agora os mais baixos do mercado.
No Paquistão, os preços de exportação subiram uma vez mais, o que gera dificuldades aos exportadores para encontrar novos clientes. No início de abril, os preços começavam a baixar visando reativar as vendas e ter maior competitividade frente aos preços vietnamitas e indianos. O Pak 25% foi cotado a $ 414/t contra $ 380/t em fevereiro.
Na Índia, a produção continua crescendo e deve chegar este ano a um nível recorde de 103Mt em equivalente arroz beneficiado. As previsões de reservas internas também foram aumentadas entre 25 e 30Mt, o que seria um recorde jamais alcançado anteriormente neste país. Graças a seus excedentes, a Índia tem a ambição de se lançar ao primeiro lugar e disputar a liderança com a Tailândia. Em 2012, as exportações da Índia podem se situar entre 6 e 6,5Mt. O arroz indiano 25% baixou para $ 380/t contra $ 385/t em fevereiro.
Nos Estados Unidos, há um contraste em relação à forte atividade dos mercados asiáticos. O volume de exportação é menor comparado ao ano passado na mesma época, e os preços seguem caindo. Em março, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 baixou 3% para $ 505/t contra $ 521 em fevereiro. Na bolsa de Chicago, os preços futuros resistem melhor à tendência baixista, com alta média de 5% em um mês. O plantio deve começar em abril e se espera nova redução das áreas semeadas.
No Mercosul, os preços de exportação baixaram levemente 1,5% dentro de um mercado externo pouco ativo neste período do ano. Os países da região se encontram no pico da colheita e as previsões de uma produção menor parecem se confirmar em função da persistente seca nas principais regiões arrozeiras. O Brasil começa a ter maior influência no âmbito internacional. Suas exportações deram um salto de 150% em 2011. Estas focam por enquanto nos segmentos de arroz parboilizado e quebrado com destino à África subsahariana, onde o Brasil concentra mais de 60% de suas exportações. Em 2012, as vendas externas devem declinar, mas seu volume dependerá principalmente dos mecanismos públicos de promoção das exportações, os quais serão reativados em função dos preços internos.
Na África, as colheitas podem ser insuficientes em 2012 a devido à falta de chuva, principalmente nos países do Sahel. A instabilidade política em Mali, um dos principais países produtores de arroz da subregião, depois da Nigéria, põe em perigo as disponibilidades regionais de grãos e cereais. Consequentemente, esta situação pode estimular as importações de arroz previstas em 10Mt, ou um terço das importações mundiais.
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