Construindo bases para a sustentabilidade da agricultura brasileira
O desenvolvimento econômico do Brasil sempre esteve atrelado à agricultura. Desde o século XVI, com o início do cultivo da cana-de-açúcar e posteriormente o auge do café, o País demonstra seu protagonismo agrícola. Clima favorável, que possibilita duas ou mais safras por ano; solo fértil; disponibilidade de recursos hídricos; demanda mundial por alimentos em contínuo crescimento; alto potencial para consumo interno, com o aumento de renda da população; além de avanços consideráveis em pesquisa e desenvolvimento ao longo das últimas décadas. Fatores que não só impulsionam o Brasil a novos patamares, mas impõem desafios cada vez maiores à cadeia produtiva, grande força propulsora deste cenário.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou projeções do agronegócio brasileiro para 2020. Segundo o estudo, a produção de grãos (soja, milho, trigo, arroz e feijão) deverá passar de 142,9 milhões de toneladas em 2010/2011 para 175,8 milhões em 2020/2021. Um acréscimo de 33 milhões de toneladas à produção nacional, e, em valores relativos, 23%. Panorama extremamente favorável, mas que requer sustentabilidade a uma das agriculturas mais competitivas do mundo.
No rumo da liderança na produção global de alimentos e de uma participação cada vez mais expressiva na estabilidade econômica, com significativa contribuição ao PIB e à balança comercial, a agricultura brasileira ainda necessita avançar em pontos fundamentais para garantir sua sustentação. Uma base que, para ser sólida, não só passa por questões de infraestrutura e incentivos, mas se fundamenta na quebra de paradigmas, quando todos os elos da cadeia de valor se comprometem efetivamente com as boas práticas agrícolas. Em resumo, incentivar o desenvolvimento da agricultura, com maior e melhor produtividade das terras agricultáveis somada à responsabilidade ambiental e à compreensão das necessidades sociais.
De acordo com essa filosofia de trabalho, o produtor aperfeiçoa o processo produtivo, aumentando a qualidade e a rentabilidade, assim como ampliando as oportunidades de acesso aos mercados domésticos e internacionais. O processador mantém qualidade requerida por meio da rastreabilidade de origem e armazenamento do produto. Por sua vez, os importadores e exportadores garantem o padrão exigido em cada país; o varejista apresenta maior oferta de alimentos com valor agregado; e o consumidor recebe um leque de produtos seguros, de alta qualidade e a preços acessíveis durante o ano todo.
Com isso voltamos ao ponto inicial – a história da agricultura brasileira está intimamente associada ao ciclo de desenvolvimento do próprio País. Para assumir e sustentar o seu verdadeiro papel, o Brasil necessita de uma parceria forte e duradoura entre os elos que compõem a cadeia produtiva. Segundo dados do IBGE, apenas entre 2010 e 2011, a população brasileira ganhou mais de 1,6 milhão de pessoas. O que nos exige foco na tomada de decisões.
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