A EPE - Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, editou neste mês de fevereiro, uma atualização para o estudo "Cenários de Oferta de Etanol e Demanda do Ciclo Otto: Versão Estendida 2030". O material amplia os estudos realizados em setembro do ano passado, já incorporando os dados referentes à 2016.
Segundo o estudo da EPE, projetando a oferta de etanol para o ano de 2030, o Brasil estaria produzindo, naquele ano, algo em torno de 43 a 54 bilhões de litros de etanol. As variações de oferta consideram premissas como o "de alinhamento do preço de realização da gasolina às cotações internacionais, ações do setor voltadas à redução de custos (renovação do canavial, tratos culturais adequados, etc.) e políticas de incentivo ao etanol (diferenciações tributárias e contributivas, disponibilização de linhas de financiamento para o setor, entre outras)".
O documento, ainda segundo a EPE, "objetivou a apresentação dos cenários de oferta de etanol considerados para o período 2017-2030 e seus respectivos reflexos na demanda Ciclo Otto e no balanço nacional de gasolina A".
"Com base na demanda de ciclo Otto estimada e na produção de combustíveis correspondentes ao cenário de Crescimento Médio, somente seria necessário aumentar a produção de gasolina A e/ou realizar importações, a partir de 2017, no cenário de Crescimento Baixo. No entanto, quando realizada uma análise de sensibilidade, na qual a produção de gasolina A corresponderá, em todo o período, ao volume máximo histórico já produzido (31 bilhões de litros, em 2014), as importações desse derivado seriam necessárias a partir de 2025, no Cenário de Crescimento Baixo da Oferta de Etanol e, a partir de 2028, no Cenário de Crescimento Médio. Essas importações alcançariam, em 2030, 3 bilhões de litros no Cenário de Crescimento Médio, inferior ao máximo histórico já importado (3,8 bilhões em 2012) e 6,9 bilhões de litros no Cenário de Crescimento Baixo. No Cenário de Crescimento Alto não haveria a necessidade de importações em todo o período", destacam os analistas da EPE na conclusão do estudo.
Finalizando a análise dos dados, a EPE destaca ainda que "o aprofundamento desse estudo mostra-se relevante para determinar a magnitude e o alcance das políticas públicas direcionadas ao abastecimento do mercado de veículos do Ciclo Otto e ao atendimento dos compromissos internacionais do Brasil no âmbito do Acordo de Paris, contribuindo para o planejamento energético do país no médio e longo prazos".