Colaboração é a palavra que Fernando Campelo, 46 anos, proprietário da Quati Gelato e Baguete, usa para definir o seu empreendimento. Localizado na rua Marquês do Herval, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a gelateria tem como diferencial a utilização de produtos exclusivamente de fornecedores de agricultura familiar e pequenos produtores.
O empresário procura fazer da Quati - inaugurada em março de 2016 - uma cadeia colaborativa. O fato de ele também ser consultor de empresas no Sebrae o aproximou de diversos fornecedores que foram seus clientes.
Com isso, acabou conhecendo a história de vários deles e hoje a grande maioria lhe abastece com produtos. Todos possuem licença e registro necessários para atuar. "Às vezes, é muito difícil para eles ter o registro do Ministério da Agricultura, custa caro e pode demorar até dois anos. Os que não possuem licença, eu tento ajudar a chegar na conclusão desses registros", conta.
Eles trabalham com o conceito considerado "comércio justo". Para isso, Fernando procura sempre negociar o melhor preço. "Eu não quero tirar o sustento do meu fornecedor. Quero que ele coloque o preço que considere justo para propiciar o ganho suficiente e o sustento da família e no campo inclusive", diz.
O leite utilizado no gelato vem de uma pequena indústria gaúcha de laticínios, localizada em São Lourenço do Sul. A Quati trabalha com diversos sabores, como doce de leite, morango, mirtilo, doce de leite com morango, chocolate com framboesa, laranja, doce de leite com amendoim e por aí vai.
Além do sorvete, a Quati trabalha com baguetes que são feitos artesanalmente, com recheios produzidos na casa. Cada sanduíche homenageia alguma cidade gaúcha, procurando usar um ingrediente característico da cidade. O baguete de Pelotas, por exemplo, tem charque, enquanto o de Santa Cruz utiliza carne de porco. "Ainda não temos um de Porto Alegre, mas quem sabe em breve", sugere.
Quando Fernando decidiu abrir o negócio, criou uma lista de escolhas difíceis, ou seja, princípios que tem na vida e que gostaria de aplicar no seu dia a dia. Uma delas seria a de não vender refrigerantes, mas isso acabou não dando certo. "Tivemos a surpresa de que quando mostrávamos o nosso cardápio e dizíamos que não tínhamos refrigerantes, alguns clientes levantavam da mesa e iam embora", conta.
Hoje, há refrigerantes para venda, mas ficam numa prateleira mais escondida do estabelecimento. E, quando o cliente faz o pedido, Fernando procura interagir a fim de que ele opte por algo mais natural, seja chá ou suco.
"Nos últimos meses, chegamos a um resultado muito interessante. A cada refrigerante vendido na nossa loja, vendemos quatro chás. Infelizmente, não podemos abrir mão de clientes, mas damos a opção de poder oferecer algo mais saudável", relata, empolgado.
Além disso, a equipe da Quati procura separar todo o lixo, cuidar o uso excessivo de água, não vender cigarros e evitar produtos industrializados. Os preços acessíveis fazem parte dos princípios do empreendedor.
O pote de meio quilo de sorvete custa R$ 18,00. Um combo com baguete mais um suco de laranja sai por R$ 12,80. O restante dos baguetes fica na média de R$ 14,80 a R$ 18,80. A telentrega funciona pelo número (51) 30612929 ou pela página da Quati no Facebook.