A trading norte-americana Bunge registrou um lucro melhor que o esperado no quarto trimestre de 2016, ajudada por preços mais altos do açúcar e do etanol e por melhora das margens em óleos comestíveis no Brasil. A companhia também disse esperar que seu maior negócio, a unidade de agronegócio que negocia e processa commodities agrícolas, comece o ano com lentidão e progressivamente melhore às medida que os volumes e margens aumentem na América do Sul.
Produtores da América do Sul, como Brasil e Argentina, deverão colher safras recordes de soja e milho neste ano, o que deverá ajudar a Bunge em 2017. O Brasil deverá colher cerca de 104 milhões de toneladas de soja este ano e aproximadamente 90 milhões de toneladas de milho, segundo estimativas de analistas e entidades do setor.
No ano passado, problemas climáticos reduziram as colheitas de soja e milho no Brasil para abaixo das expectativas iniciais. Além disso, produtores reduziram o ritmo de vendas devido à retração nos preços em real, em meio ao resfriamento das cotações em Chicago e à queda do dólar. O movimento pesou nas margens de processamento e limitou oportunidades para grandes tradings, como a Bunge. A empresa disse que seu lucro líquido disponível para acionistas subiu para 262 milhões de dólares, ou 1,82 dólar por ação, no trimestre encerrado em 31 de dezembro de 2016, ante 188 milhões de dólares, ou 1,30 dólar por ação, no mesmo período do ano anterior.
Excluindo itens extraordinários, a companhia lucrou 1,70 dólar por ação, batendo a expectativa média de analistas de lucro de 1,57 dólar por ação, segundo o Thomson Reuters I/B/E/S. As vendas líquidas subiram 8,6 por cento, para 12,06 bilhões de dólares, superando previsões de 11,41 bilhões.
(Arathy S Nair em Bangalore)