Produtores rurais devem estar atentos para a realização do Zoneamento Ecológico-Econômico do Rio Grande do Sul (ZEE-RS). O estudo vai estabelecer zonas no Rio Grande do Sul, agrupando locais com características parecidas, para que as políticas públicas levem em conta o potencial e as vulnerabilidades de cada região. O zoneamento também vai observar se o desenvolvimento socioeconômico e a proteção ambiental estão acontecendo de forma compatível, isto é, se as exigências ambientais são muito rígidas e estão atrapalhando o crescimento do processo produtivo ou se a produção local representa algum risco para o equilíbrio ambiental.
O assessor técnico do Sistema farsul, Eduardo Condorelli, destaca a importância da participação de entidades, sindicatos, técnicos e produtores rurais na elaboração deste zoneamento já que, segundo ele, se o zoneamento for bem feito, ele pode alavancar a economia de certas regiões. Já se as informações coletadas não forem fieis, isso pode gerar exigências em excesso, incompatíveis com as necessidades da região. “O estudo pode não identificar o potencial econômico de uma região, ignorar a importância de uma atividade no PIB e nos empregos de um município, por exemplo. Eles vão dizer como é a nossa vida, mas ninguém a conhece melhor que nós mesmos”, alerta Condorelli.
O zoneamento será realizado em quatro etapas. Nos próximos 30 dias, começam as oficinas de pré-diagnóstico abertas a todos os membros da comunidade. Cada reunião terá a duração de três horas e servirá para a coleta de informações local. Na fase seguinte, serão realizadas oficinas de diagnóstico com a duração de oito horas para apresentar a consolidação dos primeiros dados. É nessa etapa que os participantes poderão avaliar se os dados refletem a situação de sua região de modo fiel. “É a hora dos sindicatos rurais e das lideranças regionais, como prefeitos e empresários, que são quem melhor conhecem a realidade particular, terem papel atuante na construção do zoneamento. Temos que pegar firme durante todo o processo”, afirmou o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto.
As etapas seguintes servirão para a elaboração de diretrizes de desenvolvimento para cada região: é a hora de decidir o que vai ser realmente feito. Condorelli ressalta que nessa hora, a presença de produtores rurais, através de seus representantes, é indispensável.Não haverá inspeções ou visitas às propriedades. Os interessados em participar das oficinas de pré-diagnóstico, que acontecem entre março e abril, devem procurar informações no blog do projeto (www.zeers.blogspot.com.br).