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Áreas nativas são utilizadas, em parte, para a pecuária
O Boletim Informativo do Cadastro Ambiental Rural (CAR) divulgado em abril, pelo Serviço Florestal Brasileiro, com dados consolidados até janeiro de 2020, aponta que o Bioma Pampa conta com o menor índice de áreas cadastradas com matas nativas, apenas 21,04%. Os números, apresentados trimestralmente, servem como ferramenta para estudos de gestão territorial e políticas públicas para o País. Da área cadastrada no Bioma Amazônico, ou seja, das áreas que formam propriedades rurais dentro do bioma, 42,05% são remanescentes de vegetação nativa. No Cerrado, este número corresponde a 55%; 30,73% na Mata Atlântica; 89,26% no Pantanal; 36,01% na Caatinga.
Conforme o engenheiro Florestal e gerente adjunto da Emater Regional, Rodolfo Peske, 622 produtores dos municípios de Bagé, Candiota, Aceguá, Hulha Negra e Dom Pedrito realizaram a declaração do CAR, de um total de 4.330 propriedades. Esse número é equivalente a 15% dos cadastros, somente pequenas propriedades atendidas pelo órgão.
Peske salienta que o CAR é autodeclaratório e a pequena proporção de matas nativas se deve ao entendimento do produtor. Ele ressalta que o Pampa conta com mais de 60% de mata nativa, mas como a pecuária é a principal vocação, o produtor enquadra essa área como campo produtivo.
O CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, cuja finalidade é integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país. Criado pela Lei 12.651/2012 no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, o CAR se constitui em base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais.