Foto: Fernando Dias/EspecialFS
Brasil, mesmo com renda per capita mais baixa, tem alto consumo do produto internamente
A Farsul divulgou, ontem, um estudo sobre o consumo de carnes no mundo. Conforme a federação, pela análise apresentada, o consumo de proteína animal per capita tem, como principal influência, a capacidade produtiva dos países. Além disso, o cenário econômico tem grande relevância por se tratar de um produto de alto custo no mercado internacional. A pesquisa considera o período de 1990 até projeções para o ano de 2028, utilizando dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, sobre o consumo de bovinos, suínos, ovinos e frango no planeta.
Conforme o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, a relação entre produção e consumo de carnes acontece em decorrência do alta oferta do produto no mercado interno dos países produtores. O economista usa o Brasil como exemplo. Mesmo tendo renda per capita mais baixa, o país acaba por ser um grande consumidor em virtude do seu rebanho, um dos maiores do mundo. "O Brasil tem renda média inferior ao Chile, Canadá, Reino Unido, Coreia do Sul ou Noruega e, mesmo assim, nós consumimos bem mais carne do que esses países. Isso acontece porque somos produtores. Porque, neste caso, mesmo você sendo mais pobre, há tanta disponibilidade interna de carne que acaba sendo barata e logo pode ser consumida em larga escala", explica.
Isso ocorre porque a diferença de preço entre mercados produtores e compradores é superior a da renda. "Ninguém tem dúvida que na Suíça as pessoas tenham muito mais dinheiro, mas a diferença da renda delas para a nossa é menor que a diferença do preço da carne deles para a nossa. Então, o aprendizado número um é que grandes consumidores são, em geral, grandes produtores. Esses países que produzem carne para exportar são também os que mais consomem internamente. Porque a larga produção aumenta a disponibilidade interna", afirma.
Fonte: https://www.jornalfolhadosul.com.br/storage/uploads/imagens/2020/04/g/7kAeQgZhb66galOx.jpg