O mercado da soja vem intensificando seus ganhos na Bolsa de Chicago no pregão desta terça-feira (23). As cotações subiam, por volta de 12h10 (horário de Brasília), entre 19 e 31 pontos, com as altas mais expressivas nas posições mais próximas. Assim, o março já era cotado a US$ 14,14 e o maio, US$ 14,17. O agosto vinha sendo negociado a US$ 13,63 por bushel.
O atraso da colheita e dos embarques no Brasil é um dos principais fatores de observação do mercado nesta semana. Paralelamente, as altas fortes do farelo e do óleo de soja na Bolsa de Dalian, na China, também favorecem o avanço dos futuros da oleaginosa na CBOT.
"A alta na Bolsa de Dalian é provocada pela expectativa de queda no recebimento de soja importada para as próximas semanas. O atraso na colheita no Brasil e movimentação do grão para os portos deverá reduzir de forma significativa o recebimento de soja na China nas próximas semanas", diz a consultoria.
Os embarques de soja da China nos Estados Unidos ainda acontecem, porém, em menor volume. No Brasil, o ritmo ainda é limitado e o total já embarcado para a nação asiática é menor do que no mesmo período do ano passado em função do atraso da colheita e das adversidades climáticas para o processo dos embarques nos portos.
Assim, ainda como informa a Agrinvest, "tudo leva a crer que as indústrias na China deverão receber e processar pouco produto durante o mês de março, reduzindo seus estoques internos de farelo e óleo. Como resultado, a alta do farelo e óleo em Dalian traz melhora para margem de esmagamento local, fomentando a expectativa da demanda por grão importado", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
As condições de clima para a América do Sul continuam, portanto, no radar dos traders, uma vez que há ainda pontos do Brasil onde o excesso de chuvas compromete o andamento da colheita.
Para os EUA, o cenário também é monitorado, uma vez que nos próximos meses o plantio da safra 2021/22 será iniciado, o tempo seco ainda preocupa em regiões do Corn Belt e do Delta, e a disputa por área entre soja e milho no país deverá ser bastante acirrada.
"A China está voltando com fome do feriado para comprar soja, milho, trigo, e a soja já supera os US$ 14 em Chicago. Os compradores estão querendo soja e não há ninguém querendo vender, pressão positiva no mercado internacional. E nos EUA, segue inverno polar e tudo indica que entraremos no mês de março com tudo congelado", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Fonte: Notícias Agrícolas